Cuidado com os desafios, mais comuns, na amamentação!
O uso excessivo de intervenções terapêuticas e cirúrgicas no cuidado às mulheres que amamentam, bem como o impacto desses tratamentos nos bebés, têm se tornado um problema crescente e generalizado. Em muitas situações, há uma patologização da anatomia do bebé e da mulher, com diagnósticos inadequados e tratamentos desnecessários que enfraquecem a confiança das mães e exacerbam a ansiedade dos pais. Essa abordagem, em vez de oferecer soluções reais, acaba por desencorajar as mulheres que amamentam, muitas vezes gerando mais frustração e insegurança.
Intervenções em excesso têm sido justificadas por um modelo que vê as mulheres e os seus bebés como vulneráveis e necessitados de correções constantes. No entanto, estudos recentes questionam a eficácia de muitos desses procedimentos. Uma revisão Cochrane de 2014 , por exemplo, concluiu que a dor nos mamilos das mulheres foi reduzida para níveis leves entre 7 a 10 dias após o nascimento , independentemente dos tratamentos aplicados . Ou seja, a dor , que é uma experiência comum nas primeiras semanas de amamentação, tende a melhorar naturalmente com o tempo, sem a necessidade de intervenções invasivas.
Da mesma forma, uma revisão Cochrane de 2017 , que analisou estudos sobre a frenotomia em bebés com língua presa (anquiloglossia), revelou que não há evidências suficientes para afirmar que esse procedimento resulte em sucesso prolongado na amamentação ou na resolução da dor materna . Esses dados sugerem que muitas das intervenções realizadas não têm fundamento científico suficiente para justificar o seu uso em larga escala, além de sustentar o paradigma de que a solução para as dificuldades da amamentação depende de tratamentos médicos e não no apoio emocional e na escuta das necessidades da mãe e do bebé.
O problema central é que, ao nos focarmos excessivamente em intervenções e tratamentos, estamos, na prática, a minar a autonomia das famílias na construção das suas próprias histórias.
Os pais acabam por optar pelo que é proposto por quem encoraja os seus medos e confirma as suas suspeitas. No contexto da amamentação, isso reflete-se na confiança que as mães procuram dos profissionais de saúde, que deveriam ser encorajadores e esclarecedores, e não apenas vendedores de diagnósticos e soluções rápidas.
Portanto, no lugar de fortalecer a ansiedade e a incerteza, é crucial que os profissionais de saúde assumam um papel mais empático e informativo, oferecendo apoio genuíno e, quando necessário, encaminhamentos baseados em evidências e não em protocolos generalistas.
As famílias precisam ser os principais protagonistas da sua própria história, com o apoio de um sistema de saúde que verdadeiramente valorize e respeite as decisões informadas, em vez de impor soluções que, muitas vezes, só servem para alimentar medos e incertezas dos pais, assim como o faturamento de uma indústria centrada na maternidade, extremamente agressiva, que utiliza de forma abusiva o amor que os pais nutrem pelo filho, fazendo-os acreditar que depois de adquirir a solução que vendem, os seus problemas irão acabar por ali.
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